sábado, 7 de fevereiro de 2015

Efeito 50 tons de cinza

Olá meus fantasminhas!

Quando teve o furor da série "50 tons" (de cinza, mais escuros e de liberdade) eu resisti e não li a trilogia. Contudo, por influência de amigos e vendo que logo seria lançado o filme, decidi ler os livros.
Não sou muito fã de e-book, mas abri uma exceção e resolvi baixar os mesmo. E não me arrependo da decisão.
Antes eu achava que a pessoa que reescreveu o livro para e-book o fizera mal, porém eu vi que ele REALMENTE é mal escrito.
O que mais me incomodou em relação a escrita foi os termos de baixo calão e a palavra "foda" com suas derivações presente praticamente em todas as páginas do livro. Não é porque o livro é erótico que deve ter tal tipo de linguajar.
Outro ponto que incomoda são os diálogos pobres e as descrições cafonas. Não existe um esforço minimo de criar um estilo literário (ou entrar num pré-existente) e nem um trabalho de linguagem. Não cheguei a ler o livro em inglês, então estou colocando a culpa toda no livro ser tão mal feito na galera da tradução...

Não, essa não foi a minha reação, mas provavelmente
foi a sua
Okay, já deixei minha mini-critica, então vem a pergunta: O que é o efeito 50 tons? Os pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan e liderados pela pesquisadora Amy Bonomi analisou o casal protagonista e comparou com os padrões que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, um órgão de saúde do governo americano, considera como violencia interpessoal. E, segundo eles, o namoro é “emocionalmente abusivo, caracterizado por perseguição, intimidação e isolamento”. As consequências disso? Anastasia sofre de estresse, distúrbio de identidade e sensação de impotência.
A pesquisadora Amy Bonomi ainda extrapolou o mundo da ficção e quis saber se esse romance doentio influencia as leitoras. Ela e sua equipe entrevistaram 655 mulheres, entre 18 e 24 anos, para saber sobre os hábitos alimentares, vida sexual e consumo de álcool. Entre elas, 33% haviam lido pelo menos um livro da trilogia.
E, bem, as leitoras do best-seller costumavam relatar mais envolvimento com namorados violentos, distúrbios alimentares (lendo o livro, nota-se que Anastasia raramente come, e se come, deixa mais da metade da comida no prato) e se embriagavam com mais frequência (eles estão sempre bebendo algo. Não existe água ou suco, só chá e vinhos caros!). Elas também tendiam a ter mais parceiros sexuais do que as outras.
"Este livro perpetua os padrões de abuso perigosos e, no entanto, se apresenta como uma história romântica e erótica para as mulheres", afirmou Ana. "O conteúdo erótico poderia ter sido conseguido sem o tema do abuso."
No romance, Anastasia sofre as reações comuns entre as mulheres que sofrem abusos, acrescentou o estudo. A protagonista sente uma ameaça constante e uma perda de sua própria identidade, modifica seu comportamento para manter a paz na relação quando, por exemplo, esconde seu paradeiro para evitar a ira de Christian.

O vídeo a seguir satiriza um pouco essa nova concepção de galã que o livro proporciona:

Fazendo uma analise, é preocupante ver o tipo de mulher que é retratada nos livros. Comparando com a saga Crepúsculo (veja só o nível de comparação!), nós temos duas mulheres totalmente dependentes dos seus parceiros, que tem as atitudes e os pensamentos totalmente direcionados ao relacionamento, ao ponto da sua felicidade depender do outro, não de si mesma.
Parece difícil relacionar as duas obras por uma ser "totalmente ficção" e a outra não. Certo, vampiros não existem (muito menos os de estilo fada, que brilham), mas deve-se por na cabeça que 50 tons de cinza TAMBÉM é uma ficção. A diferença é que os vampiros, lobisomens que vivem sem camisa e protagonistas expressão deixam a linha entre a realidade e a fantasia clara.  Em 50 tons, essa linha se torna mais tênue para algumas pessoas, pois não há nada que foge da "realidade" e seus personagens são "pessoas normais".


Lembro-me de como foi com a saga Crepúsculo e fico muito receosa com o lançamento do filme 50 tons de cinza. As adolescentes acreditavam que seriam a Bella Swan, agora querem ser Anastásia, e podem viver uma vida esperando que um Cristian Grey bonitão, rico e fiel à pegue nos braços e leve para uma viagem no planador em troca de uma chicotadas do traseiro! Se um dia você, leitora, conseguir algo do tipo, meus parabéns, pois você desafiou o impossível.

Para finalizar, fico feliz pelo livro ter despertado um interesse pelo BDSM, mesmo que sendo relatado de forma fraca e errônea em alguns pontos; e também fico muito feliz que a protagonista principal consiga gozar com tanta facilidade por quê, sinceramente mulheres, eu NUNCA vi na minha vida uma mulher ter tanto orgasmo fazendo tão pouca coisa!

Isso foi mais uma análise crítica superficial da trilogia, se procura algo mais profundo, clique aqui
Achei o texto excelente,
Espero que tenham gostado
CarinaFilth

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