domingo, 6 de julho de 2014

Khajuraho e os templos eróticos

Olá meus fantasminhas!

Religião, espiritualidade e erotismo não costumam caminhar muito juntos. Mas há na Índia – não por acaso o país do Kamasutra – um conjunto de templos que reúnem religiosidade e sexualidade.

Os templos ficam na cidade de Khajuraho e é para lá que, anualmente, vão milhares de safadinhos religiosos turistas, para ver as centenas de esculturas retratando homens, mulheres e até animais em cenas de sexo.


O conjunto de templos foi construído ao longo de cem anos, desde o ano 950 até ao ano 1050, dotado de uma área central protegida por uma muralha com oito portões, cada um dos quais com duas palmeiras de ouro. Na época áurea da cidade, contavam-se mais de 80 templos Hindus, dos quais apenas 22 se encontram em estado razoável de conservação, espalhados numa área de cerca de 21 km².


São um exemplo da ligação entre a religião e o erotismo, sendo excelentes demonstrações dos estilos arquitetônicos da Índia que ganharam popularidade devido à representação “lasciva” de alguns aspectos da forma de vida tradicional durante a época medieval naquela região. Viriam a ser redescobertos somente durante o século 20, tendo sofrido bastante com o crescimento das selvas circundantes que causaram prejuízos a alguns dos monumentos.


Algumas correntes de opinião mais críticas catalogam os templos de Khajuraho como uma forma de expressão do Hinduísmo ligada ao nudismo ou o sexo, mas as correntes de opinião contrárias contrapõem, afirmando que na atualidade os templos não têm expressão religiosa existente, servindo apenas como meros monumentos.


A dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, era seguidora do culto tântrico, segundo algumas opiniões, muitas vezes mal interpretado, que crê na gratificação dos desejos terrenos como um passo adiante para atingir a libertação total (e posteriormente o Nirvana).


Pensa-se que os segmentos filosóficos do tantrismo, como é o exemplo do “Mahanirvana Tantra” tenham sido completamente esquecidos após o abandono do local como forma de culto, o que pode explicar o porquê dos grupos tântricos terem desaparecido.


Nenhum dos templos de Khajuraho contem temas relacionados com a sexualidade nas suas áreas interiores, estando a representação erótica presente apenas através das esculturas nas paredes exteriores de alguns templos. A razão para esta organização dos elementos eróticos estará ligada ao fato de que, o visitante crente que pretendia estar perto da divindade, deveria deixar os seus desejos sexuais fora do templo. Seria assim experimentada por parte do crente, uma pureza interior inerente à divindade com o qual se pretenderia manter contacto, mantendo igualmente a pureza de atman (ou da alma) para que não houvesse lugar a um estado de desejo ou tendências grosseiras, medo do destino, etc.


Os elementos eróticos estão presentes apenas em cerca de dez por cento de todas as esculturas, representando cenas de erotismo ou sexo entre figuras humanas e não entre divindades. As restantes esculturas representam situações da vida social da altura, como são os exemplos das esculturas que representam mulheres a colocar maquiagem, músicos, oleiros, camponeses, etc. Todas estas representações estão fora das zonas sagradas dos templos, indicando que o visitante crente deveria tomar Deus como o ponto central da vida, mesmo quando existem assuntos normais da vida para tratar.


Nos templos de Khajuraho, os idolos de Shiva, Nandi, Princesa Durga, representações de encarnações de Vishnu, etc. estão completamente vestidos. Na Índia, não existem templos que contenham representações de ídolos ou divindades em poses de nudismo ou em posições eróticas.


Você que é uma pessoa conservadora e acha que estamos vivendo “o final dos tempos” por causa da liberdade sexual, depois dessas fotos deveria concluir que isso é algo bem natural e normal há muitos séculos. E você que se acha moderninho ou moderninha, não está inovando nada, pois isso já é bem antigo. A humanidade é safadinha há milhares de anos, gente.


Espero que tenham gostado
CarinaFilth

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